Bullying, marcas para o resto da vida.

12/03/2012 11:31

 

                 O primeiro dia de aula é um dos momentos mais preciosos de nossa vida. Ele fica guardado em nossa memória, tomado por uma sensação gostosa de nostalgia e vida que segue e se conquista. É na escola que desenvolvemos nossa aprendizagem e com ela nossas potencialidades, representa um meio propício a desenvolver nossas habilidades e os confrontos com diversas questões que são interiorizadas e (re) organizadas constantemente. Dentre elas a socialização, que representa ao indivíduo a possibilidade de moldar e criar o meio em que está inserido. É na infância que a criança se distância e se aproxima dos próximos para se definir e estabelecer o seu contexto.

                Compreendendo a importância do espaço escolar na constituição do sujeito, podemos agora, refletir como o bullying pode se tornar agente de extrema negatividade para o sujeito que se encontra em fase de formação. Reconhecendo a palavra em inglês bullying como a agressão física ou verbal, que ocorre com frequência e tem seus agentes causadores adotando comportamentos de “poder” sobre o outro. O agressor pode iniciar diretamente as agressões, algumas vezes, ou em outras apenas instigar indiretamente que outros o façam. Estes atos são utilizados, justamente, para dificultar que o professor ou outro adulto responsável, perceba as agressões.

               A vítima, por várias vezes, não consegue reagir sobre as investidas dos agressores e tomada pela humilhação coletiva e sentimento de impotência prefere se refugiar em um “mundo” solitário, evita os grupos e sente-se coagida o tempo todo. Este aluno, na maioria das vezes, é visto pelos colegas e até pela escola como deslocado ou antissocial.

                A frequência destas agressões que muito irresponsavelmente é confundida com “brincadeiras” pelos leigos toma proporções maiores, infelizmente, quando casos mais extremos chegam aos noticiários e somos surpreendidos pela reação dos que sofrem o bullying. Exemplo disto foi o menino Casey Heynes, de 15 anos. Ele recebeu destaque quando seu vídeo caiu na internet e teve milhões de acessos. Intitulado Zangief kid em relação a um game chamado Street Fighter, Casey aparece sendo hostilizado por outro garoto Richard Gale, de 12 anos, até receber um soco deste garoto, Casey revida com um golpe muito semelhante ao personagem do game, por isso o apelido.

                O que chama a atenção desta história, além claro do teor agressivo das relações que ocorrem na escola em questão, é o fato da diferença de idade e proporções físicas dos dois jovens. Casey além de ser mais velho é maior fisicamente que seu agressor, o que nos remete a pensar que o bullying atinge níveis que ultrapassam as questões físicas e se integram ao plano psicológico.

                Preocupados com tais relações, devemos acreditar que é no amparo familiar e no auxílio escolar, que a garantia de um espaço rico de convívio social e propício ao desenvolvimento das habilidades de nossos jovens, atuam de forma positiva no processo de prevenção. Negar isto ao aprendente é minar inconseqüentemente um campo vasto de possibilidades que podem frutificar para o bem, pois se queremos um mundo melhor para nossos jovens, comecemos a nos dedicar a educar para a cidadania, assim, incentivando competências e formando profissionais.

            Fabio Lima

                                       Vice-Presidente JPTB-Fortaleza